Outubro Rosa: precisamos falar sobre os danos psicológicos do câncer de mama

Para muitas mulheres, receber um diagnóstico de câncer de mama significa iniciar duas grandes batalhas: uma contra a doença e outra contra os efeitos da montanha-russa emocional que ela causa.


As alterações na imagem corporal que podem ocorrer em decorrência do tratamento – como queda de cabelo, cicatrizes, alterações de peso ou a completa retirada da mama – costumam gerar um enorme impacto na auto-estima da mulher e na maneira como ela se sente. Isso porque tanto o cabelo quanto os seios são parte importante da identificação feminina. Logo, a perda de um deles pode fazer com que a pessoa se sinta menos atraente ou até mesmo menos feminina.


Além disso, muitas ficam inseguras com relação a como tudo isso vai interferir nos seus relacionamentos. E este medo, infelizmente, tem fundamento. No Reino Unido, segundo pesquisa feita pelo Macmillan Cancer Support, uma em cada duas sobreviventes de câncer de mama com menos de 55 anos afirma que teve a vida sexual afetada devido à doença e ao seu tratamento, seja por perda de libido ou por dificuldade em aceitar sua nova imagem corporal.


O problema fica ainda mais sério quando essa baixa auto-estima passa a ter impacto também na vida cotidiana. Há quem experimente uma perda de confiança e motivação tão grande, que o isolamento social passa a ser uma realidade. A pessoa tende a evitar atividades que antes eram normais, como ver amigos, participar de eventos sociais e até se envolver em hobbies ou trabalho.


É pertinente aqui ressaltar que todos esses sentimentos são extremamente normais para quem está lidando com uma nova situação. Mas é fundamental que o paciente busque ajuda profissional para auxiliá-lo neste processo.


Grupos de apoio a pacientes com câncer e sessões de terapia são algumas das opções incrivelmente benéficas que estão disponíveis para ajudar a encarar o problema de uma forma positiva – o que vai refletir diretamente na resposta do organismo ao tratamento e aos medicamentos. Paralelamente a tudo isso, atividades físicas, aulas de dança e práticas esportivas também ajudam a melhorar sua imagem corporal, sendo grandes aliados nessa nova fase.


Esse processo de ressignificação é tão importante e redentor que, depois de um tempo, muitas mulheres conseguem não apenas mudar seu ponto de vista com relação a confiança e auto-estima, mas passam a se amar ainda mais após o câncer, pois reconhecem dentro de si uma força interior, uma garra e uma determinação que, às vezes, nem sabiam que existiam. E que, aos poucos, passam a ser muito mais relevantes do que qualquer alteração corporal que possa ter ocorrido.

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